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Colóquio: “A Arte de Bem Envelhecer – Diferentes Perspectivas sobre o Envelhecimento Activo”

O CEFIPSI (Centro de Formação e Investigação em Psicologia, realizou nos dias 27 e 28 de Setembro, no Auditório da Biblioteca Resistência de Lisboa,  o Colóquio "A arte de bem envelhecer - Perspetivas sobre o envelhecimento ativo". Tive o prazer de ser Orador com a comunicação "Acompanhamento Psicológico em Contexto de Domicílio e suas Particularidades. Abordagens Psicoterapêuticas". Poderão aceder à apresentação clicando na imagem.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      Fui igualmente Moderador da Mesa "As Intervenções Psicossociais como Promotoras do Envelhecimento Ativo", bem como Formador no Workshop intitulado "Dinâmicas de Grupo para Pessoas Idosas".       

Entrevista para a LEXPSIQUE

 

 

 

 

 

 

 

 

Dr. Rui Grilo 

Psicoterapeuta de inspiração Psicanalítica em clínica privada, Psicólogo na Fundação Cardeal Cerejeira, onde desempenha as funções de psicólogo (de crianças, pessoas idosas e famílias ao nível do Apoio domiciliário, Centro de Dia, Lar de Idosos e Jardim de Infância), Responsável pelo SGQ (Sistema de Gestão da Qualidade), Auditor Interno de Sistemas de Gestão da Qualidade, Responsável pelo GIP (Gabinete de Inserção Profissional) e Gestor de equipas de trabalho. Responsável pela Formação Interna, Formador Certificado e Vice - Presidente da Mesa de Assembleia Geral da CEFIPSI – Centro de Formação e Investigação em Psicologia. Exerceu funções de Coordenador da formação profissional e Psicólogo ao nível das pessoas com deficiência. Exerceu igualmente funções de Psicólogo ao nível da Reabilitação Psicossocial de pessoas com doença mental. Para terminar, trabalhou como psicólogo num projeto dedicado ao apoio psicológico para pessoas dependentes ao nível do domicílio.

Antes de mais Muito Obrigada por ter aceite responder às minhas perguntas – LexPsique . Dentro destas atividades realçadas, ter encontrado tempo para a LexPsique é muito bom. 

1. Como começou a sua carreira? Ou seja, como se interessou pela psicologia? 

A minha carreira como psicólogo teve o seu início no Grupo de Acção comunitária, intervindo essencialmente ao nível da reabilitação psicossocial de pessoas com doença mental grave, nomeadamente de pessoas com perturbações psiquiátricas graves (esquizofrenia, perturbações bipolares, perturbações da personalidade, …). O meu interesse pela psicologia surgiu desde cedo, uma vez que sempre me interessaram os aspetos associados às perturbações do afeto/ comportamento. Tal como em todas as áreas, a componente vocacional é extremamente relevante, e nesse sentido sempre senti uma aptidão para as áreas da psicologia e do comportamento humano. Contudo, o meu interesse por esta área surgiu através de um desejo de intervir e de me relacionar com as pessoas que sofrem, perspetivando sempre uma intervenção de melhoria e de mudança comportamental/ relacional.

 


2. Fale-nos um pouco da Fundação Cardeal a Cerejeira. Como surgiu a fundação? 

A Fundação Cardeal Cerejeira, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social sem fins lucrativos, sedeada em Lisboa, na freguesia de Sta. Maria dos Olivais na Rua Cidade Nova Lisboa, fundada em 11 de Abril de 1957.

Inicialmente foi criada com o intuito da construção de casas para famílias pobres e carenciadas ao nível habitacional, que residiam em barracas anexas ao Seminário dos Olivais e Pátio de S. Vicente de Fora.

Atualmente os nossos propósitos encaixam-se numa dinâmica com objetivos diferentes, perspetivando a excelência na qualidade dos serviços através da implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, promovendo desta forma a sustentabilidade na organização. Neste sentido, através das diversas valências (Centro de Dia, Centro de Convívio, Serviço de Apoio Domiciliário, Jardim de Infância, Lar de Idosos); do Gabinete de Inserção Profissional e do vasto corpo técnico que temos ao nosso dispôr, desenvolvemos diariamente inúmeras atividades que promovem o bem-estar biopsicossocial das pessoas idosas e crianças.

 

 

Neste sentido, será importante reforçar alguns objetivos que a Fundação Cardeal Cerejeira pretende manter e alargar, quer ao nível social, educacional, cultural e religioso, bem como a Missão, Valores e Visão:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


3. Confesso que com o seu currículo é possível fazer, pelo menos, mais 3 ou 4 entrevistas, e espero fazer, mas estou, estamos, particularmente interessada na sua actividade enquanto psicólogo de idosos e em casa. Que cuidados extra devem ter os psicólogos quando intervêm com idosos? Especificidade, digo.

A casa da pessoa idosa – domicílio – é o contexto e o local privilegiado para o psicólogo intervir, já que fornece várias indicações que poderão levar à compreensão dos sintomas e do sofrimento do idoso. Assim, ao contrário do modelo hospitalar que até aqui tem subsistido, “…o domicílio do paciente tende a tornar-se o foco e a possibilidade de uma intervenção e assistência mais humanizada…” (Leite, E; 2002), onde o idoso passa a ter uma participação activa – Empowerment – no seu processo de reabilitação, bem como no planeamento e na execução dos cuidados. Este contexto sugere acima de tudo, uma fonte de segurança e uma possibilidade de autonomia, de mudança e de auto estima. No domicílio, consegue-se perceber a dinâmica familiar de uma forma mais precisa, bem como, todos os aspectos que possam parecer insignificantes mas que poderão ter um elevado grau de importância, e que raramente acontecem no meio institucional.

Assim, existem algumas situações importantes a ter em conta, aquando das deslocações do psicólogo aos domicílios:

 

•          NÃO impor as suas ideias e valores, uma vez que os idosos apresentam IDEAIS E CRENÇAS muito próprias, com a sua forma de viver em família, (horários de refeições diferentes e com gostos pessoais de arrumação de casa).

•          O psicólogo deverá respeitar as ideias do paciente, nunca esquecendo que numa fase inicial, poderá ser considerado como um INTRUSO num espaço que não é seu.

•          Neste contexto existe um NÍVEL ELEVADO DE INTRUSÃO, MAS existe uma tendência natural para que O VÍNCULO paciente/idoso seja mais conseguido, mas que também necessita de um maior controlo por parte do profissional.

•          O Psicólogo deverá transmitir uma imagem de PROFISSIONALISMO tanto ao idoso como à família, já que a ida do psicólogo ao domicílio não constitui uma VISITA SOCIAL, e se necessário, este deverá colocar limites se perceber que a família pretende que o relacionamento ultrapasse o campo profissional (ex: não rejeitar café ou chá, mas manter postura profissional)

 

Contudo, existem igualmente alguns obstáculos por parte da pessoa idosa no sentido de adesão à terapia, sendo que existe uma enorme falta de conhecimento do que é o acompanhamento psicológico. Existe a ideia pré estabelecida, que estas áreas são dirigidas apenas para pessoas que têm doenças mentais mais graves, e que uma “simples” depressão, não será o suficiente para levar o idoso a procurar ajuda profissional. Na maioria das vezes, nem a pessoa idosa tem conhecimento que existem alternativas de tratamento para as suas questões emocionais.

 

Um obstáculo que ocorre frequentemente é o facto dos idosos não terem possibilidades para pagar as sessões com o psicólogo, uma vez que têm, de uma forma geral, pensões de reforma bastante baixas. A estratégia a utilizar por parte do terapeuta, será o de agir com sensibilidade perante cada caso, e adequar a sua tabela de preços ás situações específicas. Independentemente do preço da sessão defendo sempre um valor a atribuir, mesmo que simbólico. Desta forma, podemos ir alterando um pouco as mentalidades, mostrando que o trabalho que é feito em psicoterapia é relevante e deve ser devidamente reconhecido e valorizado.

 

A cultura do fármaco está muito enraizada na nossa sociedade, principalmente ao nível da população mais idosa. Desde sempre, que o fármaco substitui o acto do sentir, camuflando a dor e o sofrimento mental. Perante comportamentos de componente depressiva e ansiogénica, o idoso esconde-se no anti depressivo ou no ansiólitico, na medida em que, oculta de uma forma rápida a angústia. Esta parece ser a única forma de reduzir o sofrimento, aliás, os técnicos especializados na psicofarmacologia, não lhes dão qualquer outra opção de tratamento na maioria das vezes. Nesta perspectiva, são potenciadas as resistências do idoso e os obstáculos na adesão à terapia.

 

Obviamente, que estamos a falar de uma geração idosa com uma série de ideias preconcebidas no que diz respeito à psicologia, sendo ainda vista como uma ciência muito direccionada para os “doentes mentais”. O psicólogo depara-se por vezes com enormes resistências do idoso na adesão ao tratamento, porque segundo eles, se até então “nunca tiveram este tipo de apoio e sobreviveram, também não será agora que vão necessitar”.

 

Outra situação que o profissional muitas vezes se depara, é com o facto de ser considerado muito jovem pelo idoso, não lhe atribuindo a credibilidade que realmente merece, podendo afirmar que o mesmo não tem a experiência de vida necessária para o ajudar. Então, cabe ao psicólogo demonstrar todo o seu profissionalismo, e esclarecer ao idoso, que independentemente da idade, está preparado técnica e relacionalmente para lidar e intervir com a população idosa e com este tipo de situações.


4. Quais as características distintivas no acompanhamento ao idoso? 

Essencialmente destaco algumas particularidades no perfil do psicólogo, tais como:

- Deverá conhecer acima de tudo, as Características do envelhecimento normal: modificações biológicas, psicológicas e sociais. Assim, terá uma perceção de quais as perturbações predominantes da 3ª idade e os efeitos da idade sobre as perturbações do humor e ansiedade.

- Ter a Percepção dos problemas sociais, familiares e físicos subjacentes à terceira idade, como o luto, perda de papeis, dor, perturbações do sono, etc.

- Deverá sem dúvida alguma, estar disponível para trabalhar em equipa, INTERDISCIPLINARIEDADE

- Deverá ter a capacidade para transmitir informação, tendo para isso que adoptar uma postura empática e ser paciente. Essa informação deverá ser concretizada com frases curtas e com linguagem adaptada ao idoso, elevando se necessário, o tom de voz.

- Não deverá formular objectivos terapêuticos nem muito limitados, nem muito abrangentes, tendo a capacidade de manter o optimismo terapêutico.

- Estar disponível para explorar os seus afectos acerca do envelhecimento, e a discutir com o idoso, as dúvidas quer os mesmos têm em relação aos profissionais mais jovens e à sua sabedoria.

- Deverá evidenciar alguma flexibilidade, autoconfiança, autocontrolo, capacidade de análise, capacidade de comunicação, capacidade de concentração, capacidade de observação, equilíbrio emocional, método, sentido de ética e sentido de responsabilidade

- Conseguir conviver com situações dolorosas, como o sofrimento intenso e diário, e todos os aspectos que envolvem a morte.

 

Será igualmente relevante ter em consideração a abordagem psicoterapêutica a utilizar, sendo que a ABORDAGEM INTEGRATIVA poderá ser extremamente importante, uma vez que tem em conta o funcionamento global e as várias vertentes relacionadas com o paciente. Através desta perspectiva, pretende-se autonomizar o idoso, reforçar a auto estima e valorização pessoal tendo como base a complementaridade de várias vertentes psicoterapêuticas. 

Todavia, defendo uma ABORDAGEM PSICODINÂMICA, focando-me essencialmente no Modelo Relacional, fundado nos princípios da Escola das Relações Objectais, segundo Messer e Warren (1995), e com base nos trabalhos de Melanie Klein, Fairbairn e Winnicott.

Segundo Oliveira, I., 1999, este modelo caracteriza-se por dar ênfase ás relações objectais como centrais, atribuindo mais importância à experiência, à relação interpessoal e ao “aqui e agora”, o que resulta numa intervenção com inúmeros focos. Aqui dá-se prioridade à relação terapêutica e aos padrões de relacionamento interpessoal que o paciente estabelece, tendo o terapeuta, uma postura de observador participante.

Foca-se essencialmente o apelo à escuta activa do indivíduo. É importante escutarmos e estarmos disponíveis para ouvir a história de vida do idoso, aos aspectos mais ligados ao inconsciente e a situações traumáticas não ultrapassadas anteriormente. Então se “ na memória reconstruímos o equilíbrio e a identidade, não se tratará de explicar, mas permitir a todos os intervenientes, idosos e não só, compreender o que se passa.” (Jerónimo, L; 1997). Desta forma, o apelar ás recordações pode ser extremamente terapêutico, e apenas o facto do idoso poder falar sobre a sua vida, ajuda-o a integrar com a ajuda do psicólogo, determinados aspectos na sua vida que forma mal resolvidos.

 

Obviamente, que qualquer abordagem terá as suas limitações e as suas vantagens, e algumas criticas são direccionadas para o facto de existir uma menor preocupação com a técnica relativamente a outras abordagens.

Neste sentido, Yoshida, E., 2001, tem uma visão um pouco contrária, referindo que do ponto de vista técnico, deverão ser utilizadas estratégias flexíveis, adaptadas a cada caso e às necessidades do paciente. Essas técnicas poderão variar desde uma componente de suporte, até uma mais expressiva.

Aqui, acrescentaria igualmente a componente reflexiva, na medida em que facilitará o processo de consciencialização do problema e das relações estabelecidas anteriormente, que por qualquer motivo, se verificaram patologizantes.

Existe uma enorme probabilidade de ocorrer o fenómeno de transferência ou contratransferência. Será extremamente importante estar atento a estas questões, sendo muito frequente o psicólogo ser encarado ou tratado como marido/ mulher; filho/ filha, neto/ neta do idoso, bem como, o psicólogo encarar o idoso como pai/ mãe; avó/ avô, podendo originar uma reactivação dos problemas relacionais.

Como último factor que acho relevante mencionar, diz respeito à frustração que o terapeuta poderá vir a sentir no decorrer das sessões, já que estamos a falar de um processo moroso, rodeado de extrema angustia e dor, em que as melhorias no individuo poderão ser escassas ou menos visíveis, principalmente pelos outros técnicos integrados na equipa

De uma maneira geral, esta abordagem está bastante direccionada para a técnica da comunicação face a face, em que neste diálogo, as questões do psicoterapeuta têm o objectivo principal de levar o paciente a questionar as suas emoções e expectativas, associando-as às experiências de vida.

Em certa medida, a pessoa deverá conseguir perceber o grau de consciência que tem do seu problema através dos seus recursos adaptativos, e o empenho ou motivação que demonstra em superá-lo.

Na abordagem breve psicodinâmica, “…a unidade básica de estudo não é o indivíduo como uma entidade separada, cujos desejos se chocam com a realidade externa, mas um campo interaccional dentro do qual o indivíduo surge e luta para fazer o contacto e para se articular.” Oliveira (1999).

O grau de importância que é atribuído ao relacionamento interpessoal, nomeadamente, entre terapeuta e paciente, é o fundamento teórico básico desta abordagem.

No que diz respeito ao número de sessões, julgo ser indicadas sessões semanais numa fase inicial. Após uma avaliação e observando-se algumas melhorias na pessoa idosa, penso que se poderão alargar as sessões para uma situação quinzenal. Seguindo a abordagem psicodinâmica, e ao contrário da abordagem cognitiva – comportamental em que existe um número mínimo de sessões para a resolução dos problemas, não poderemos especificar quantas sessões decorrerão ao longo do acompanhamento. Não nos poderemos esquecer, que estamos a falar de uma população idosa com histórias de vida bastante longas, e que as resistências à mudança não se devem apenas a factores de personalidade, mas acima de tudo, a factores respeitantes à idade, e em que uma série de faculdades intelectuais foram sendo diminuídas. Relativamente ao tempo, cada sessão poderá demorar entre 60m a 90m, consoante o decorrer da mesma. Importante será nunca quebrar o raciocínio do idoso com base no factor tempo, à semelhança do que eventualmente poderá ocorrer no contexto psicoterapêutico tradicional

.O estabelecimento da relação é um dos factores mais importantes no trabalho do psicólogo, contudo, com o decorrer do apoio, essa relação pode transformar-se em dependência por parte do idoso, daí o técnico ter que ter alguma perspicácia em perceber essa situação, e a capacidade para a anular.


5. E como é fazer um acompanhamento domiciliário? Sendo um settings familiar ao paciente, o psicólogo é que se adapta, ou tem que se adaptar. Como é essa adaptação? 

Ao contrário do contexto psicoterapêutico, em que o setting está claramente definido à priori e em que existem uma série de regras, ao nível do apoio psicológico no domicílio isso é imprevisível, já que está repleto de limitações, quer em termos de lugar, tempo, constância. Contudo será importante nunca perder o foco pretendido, que é o apoio psicológico daquele paciente. Outro exemplo desta imprevisibilidade, é o facto do psicólogo raramente saber em que local da casa se vai fazer o atendimento, já que vai depender da vontade do idoso. Aqui, será a pessoa idosa ou os familiares que darão as directrizes de como o psicólogo se deverá comportar na sua casa, onde se senta, se pode ou não utilizar a casa de banho, entrar no quarto, enfim, na intimidade da família. Com o decorrer das visitas domiciliárias, vão-se criando alguns rituais por parte dos idosos, já que por vezes, a cadeira do psicólogo já está no sítio da última visita, os pertences do técnico já tem local onde ficar, etc.

Torna-se muito difícil para o psicólogo controlar todas as variáveis que circundam o ambiente, já que poderão ocorrer inúmeras interferências como o telefone ou a campaínha a tocar, a televisão poderá estar ligada no momento do atendimento, poderão estar presentes no domicílio mais que uma pessoa, etc.

Nem sempre o técnico pode seguir o que estava previsto inicialmente em termos do número de sessões a efectuar, o horário e o tempo de cada sessão. Muitas vezes, acontece que se tem de desmarcar sessões à última da hora, e isso, terá que ser explicado atempadamente.

O sigilo profissional é também relevante, não sendo raro ser quebrado, já que determinados atendimentos podem acontecer num determinado espaço do domicílio, e em que poderá estar presente um familiar ou uma visita do paciente.

 

Assim sendo, poderei claramente afirmar que o psicólogo terá que se adaptar ao contexto, sendo que, com o decorrer do estabelecimento de relação terapêutica, as questões adaptativas decorrerão de ambas as partes.

 


6. Existe uma patologia comum encontrada por si na população idosa que acompanha?

As patologias e as sintomatologias disruptivas que se verificam nas pessoas idosas, passam maioritariamente por situações com uma componente depressiva e ansiogénica demarcada, bem como, situações associadas a psicoses de inicio tardio e demências.

“A depressão major é a forma mais grave de perturbação do humor no idoso. Ocorre em cerca de 1% dos indivíduos com mais de 65 anos (…)

Normalmente, a depressão não é diagnosticada nem tratada, já que é considerada “normal” no idoso. Por vezes, esta depressão pode ser uma resposta pouco adequada às perdas sucessivas do envelhecimento, ou poderá ser o resultado da incapacidade do indivíduo em fazer os lutos do seu longo historial de vida. Muitas vezes, esta depressão está mascarada por sintomas físicos, e pode assumir a forma de comportamentos parasuicidários (não comer ou beber).

 

Outra das patologias predominantes na terceira idade, são as demências que “…caracterizam-se pelo desenvolvimento de défices cognitivos múltiplos (incluindo diminuição de memória) …”, (D.S.M. IV, 1994.), sendo a mais frequente, a doença de Alzheimer. Esta demência é irreversível, não existido regressão dos sintomas, e geralmente a evolução dá-se continuamente ao longo do tempo. Existe uma deterioração progressiva principalmente da parte intelectual e cognitiva.


7. Quer acrescentar algo à entrevista? 

 

Desde já agradeço o convite feito pela Dra. Dália Matsinhe através da  LexPsique, no sentido de poder expor esta temática que se vai tornando tão importante nos dias que correm, uma vez que se deve privilegiar a intervenção psicológica no contexto onde a pessoa idosa dependente está inserida, promovendo e potenciando a cultura familiar de suporte e de apoio.

Um bem haja,

 

Rui Grilo

Concerto de Solidariedade pela Saúde Mental

 

Foi com enorme prazer que, enquanto psicólogo e técnico de saúde mental, participei como membro no Concerto de Solidariedade pela Saúde Mental, realizado no dia 26 de Novembro de 2005 no Fórum Lisboa, pelo Grupo de Acção Comunitária – Instituição dirigida à reabilitação psicossocial, apoio familiar e reinserção sócio profissional de pessoas com doença mental grave. Este evento teve a participação dos grupos de música: “Sol Nascente”, Gaiteiros de Lisboa, Rodrigo Leão e Sétima Legião.    

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Este concerto, foi o culminar de um investimento intenso entre técnicos e pessoas com doença mental (esquizofrenia; perturbações da personalidade; perturbação bipolar, ...) para a realização de um disco (CD) de solidariedade, denominado de fortaleza. Neste disco, tive uma participação enquanto musico (instrumento de cordas e vocais).

Poderão aceder na integra ás musicas, clicando na imagem abaixo referente ao album Fortaleza.

 

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